quarta-feira, 28 de outubro de 2015

DIREITA OU ESQUERDA. A ESCOLHA É SUA...

Retirado do site do jornalista Flávio Gomes
http://flaviogomes.grandepremio.uol.com.br/2015/10/162411/comment-page-1/#comment-3946781

ANSELMO COYOTE
O comentário:
Começo a ler a “Entrevista com o blogueiro” e antes de começar a esquentar as turbinas ou, quem sabe, a fumaça azul atingir altura que me permita vê-la pelo retrovisor, deparo com essa pergunta. Já imagino o merecido soco no estômago ou no baixo ventre em forma de resposta. E ele vem, no mesmo tom da pergunta. O que há para comentar se é exatamente o que eu penso, o que eu sou?
Putz, eu penso, que categoria,que clareza de idéias. Se preferisse desenhar não teria sido tão explícito. É isso.
O que eu posso dizer é que se a direita brasileira fosse só merecedora de um “foda-se” estaria de bom tamanho. O problema é que ela nos envergonha.
Não podemos nem dizer aos nossos filhos, ainda jovens, ou a um estrangeiro, seja ele argentino, uruguaio, estadunidense, europeu ou asiático, que há no país um debate de idéias entre direita e esquerda simplesmente porque a direita não tem idéias, não tem uma linha moral ou um sistema orgânico e coerente. É apenas a avidez pelo dinheiro através do poder e nada mais.
A pergunta:
“Flavio, espero que considere minha questão de forma respeitosa, pois te respeito bastante. Noto que sua visão política é de esquerda, a qual não sigo. Me aparenta que você expõe sua visão política de maneira apaixonada demais, como se torcesse por uma linha política assim como um fanático torce por um time de futebol, às vezes não respeitando quem tem visão diferente ou, simplesmente, não é de esquerda nem de direita. Você é realmente assim como eu o vejo? Caso realmente seja, não acha que isso pode atrapalhar sua vida (não em ser de esquerda, mas defendê-la cegamente)? Adoro seu trabalho e seu blog, mas passo reto por tópicos quando vêm assuntos políticos. Abraços e obrigado pela oportunidade.
 A resposta:
Sim, obviamente sou de esquerda, porque considero os valores daquilo que se chama de direita absolutamente desprezíveis. Basta dar uma olhada nos expoentes de cada corrente de pensamento político. A direita hoje tem Bolsonaro e Feliciano, por exemplo. Ou Reinaldo Azevedo, Lobão e Roger do Ultraje. Dá para pensar como esses caras sobre qualquer assunto? Dá para concordar com eles? Não, em hipótese alguma. Pessoas como essas eu não respeito, mesmo. E tendo a não respeitar quem compactua de suas ideias, ainda que parcialmente. Sim, sou apaixonado por aquilo que defendo. Qual é o mal nisso? Por que hoje, no Brasil, idiotas podem defender apaixonadamente pensamentos de direita e o mesmo não é aceito quando se trata de defender a esquerda? Por que tenho de achar legal imbecis hostilizarem políticos do PT em hospitais, restaurantes, aeroportos e livrarias? Isso é aceitável? Por que tenho de respeitar quem defende ideias homofóbicas, preconceituosas, racistas e segregacionistas? Você não vai encontrar defensores dessas aberrações entre aqueles que militam na esquerda. Mas encontra aos montes na direita. Só isso seria suficiente para abominar tal linha de pensamento político. Eu jamais dividiria a mesma passeata com um militar acusado de tortura e assassinato. Jamais vestiria a mesma camisa de um evangélico fundamentalista que não aceita que duas pessoas do mesmo sexo possam se amar e viver juntas. Tenho meus princípios, e um lado. Defendo-os com paixão, sim. E por que isso atrapalharia minha vida? Porque não rezo pela cartilha conservadora, reacionária, antiquada, elitista da direita brasileira? Sendo bem sincero, quero que a direita se foda. Não respeito a direita brasileira porque ela defende o indefensável. Simples.”
Abraço.