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Mas com FG não há curvas, o papo é reto sobre política, os partidos PT e PSDB, o programa "Mais Médicos , verba da publicidade governamental e a isenção da imprensa nas eleições em outubro próximo.
Abaixo a entrevista com Flávio Gomes:



O que mais ajudou o povo brasileiro: o plano Real ou o Bolsa Família?

[Flavio Gomes-Warm Up]O Bolsa Família, claro. O plano Real estancou a inflação num momento em que a economia globalizada já não comportava mais países considerados “players” com inflação alta. Se não fosse o plano Real, seria outro. A economia mundial se encarregaria de acabar com a inflação brasileira, porque deixara de ser interessante investir num país de economia tão bagunçada. E o mundo precisava de novos mercados para investir. Um país como o Brasil, em resumo, com mais de 150 milhões de habitantes, simplesmente precisava ter uma ecnonomia razoavelmente estável, senão não seria mercado para ninguém.

Qual foi o pior erro dos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula?

[Flavio Gomes-Warm Up]FHC entregou o patrimônio nacional a preço de banana e ainda financiou sua compra com juros muito camaradas nas privatizações. Isso é imperdoável. As estatais eram mal administradas? Que o governo cuidasse para que fossem bem geridas. E não vendesse para que grupos privados passassem a lucrar loucamente de um dia para o outro. Hoje é mais do que claro que telefonia, energia, mineração, rodovias e muitas outras áreas em que as estatais atuavam são operações lucrativas. Se podem dar lucro a grupos privados, por que não podem dar lucro a governos? Por que os governos federais, estaduais e municipais que detinham já esse patrimônio não poderiam usar essas estatais para gerar recursos e aplicá-los no bem comum? No fim, um monte de gente, vários grupos financeiros e empresariais, encheu as burras com as privatizações e enche até hoje. Já Lula, para mim, foi modesto no segundo mandato no que diz respeito aos avanços sociais. Não tinha de fazer acordos com grupos políticos que sempre criticou em nome da governabilidade. A governabilidade eram seus eleitores. Acabou se juntando com gente que não vale um centavo. Lula tinha, e tem, patrimônio político para fazer o que quisesse, avançando mais na educação, na distribuição de renda, na moradia e na saúde. Mas o que fez, que para muita gente foi pouco, já é infinitamente mais do que foi feito para o povo brasileiro nos 502 primeiros anos de sua história.

Você acredita que a polarização entre o PT e o PSDB seja uma dissimulação para adornar o posicionamento radical de uma ou das duas concepções políticas?


A imprensa, de modo geral, trata de formas diferentes os Governos do PSDB e do PT?


O programa "Mais Médicos" do Governo Dilma vem fazendo sucesso pelo Brasil, mas foi muito criticado pela imprensa e também pela oposição, você acredita que isso está incutido um preconceito contra Cuba?

[Flavio Gomes-Warm Up]

Por que Cuba assusta tanto os brasileiros conservadores?

[Flavio Gomes-Warm Up] Qualquer coisa assusta os conservadores. No caso específico de Cuba, o medo vem de que o Brasil pudesse ter se transformado num país comunista, ou socialista, no rastro da revolução de 1959. Qualquer revolução que tire os privilégios políticos e econômicos das elites deixa essa gente apavorada. Mas isso não aconteceu, não vai acontecer, e a revolução brasileira é de outra natureza. Quanto a Cuba, a direita brasileira nem sabe o que acontece lá. Os cubanos são donos do seu destino. Isso é o que importa.

Há 50 anos, o Brasil sofreu um Golpe de Estado, o jornalista Luis Nassif vê semelhanças nos ambientes de 1964 e 2014, com uma dicotomia entre a mídia, militares e o sistema jurídico perante movimentos sociais, excluídos e sindicatos. Você enxerga a situação da mesma óptica e acredita que possa acontecer o "Golpe" novamente?

[Flavio Gomes-Warm Up] Não. Mas a imprensa velhaca tenta, sem perceber que já não tem mais nenhuma importância ou influência nas escolhas da população, golpear os governos de esquerda de todas as formas. O que não significa que apoiaria um golpe militar. Isso não. Os militares estão na deles, não iriam se aventurar numa roubada igual à de 1964. O ambiente é outro, as pessoas não iriam permitir, e até mesmo a mídia conservadora teria de se posicionar contra. Não cabe mais, num país como o Brasil, de democracia jovem, mas forte, e economia vigorosa, uma patetada como a de 1964. Os golpes possíveis, aqui, são políticos e dentro de uma certa normalidade institucional. O Brasil derrubou um presidente legalmente em 1992. Logo depois de sua primeira eleição presidencial após a ditadura. Se naquele momento não houve nenhum movimento militar, não haverá mais.

Qual será o comportamento da mídia nas eleições deste ano?

[Flavio Gomes-Warm Up] O de sempre. Fazendo campanha aqui e ali, tentando esculhambar o PT, tratando os diferentes candidatos em função de suas preferências etc. E fingindo ser imparcial e apartidária. Ainda bem que hoje a internet, de uma certa forma, consegue equilibrar as coisas.


[Flavio Gomes-Warm Up] A verba de publicidade do governo deve seguir alguns critérios técnicos, sem dúvida, mas deve também estimular o livre pensamento e a diversidade de ideias. Por isso, acho um erro a concentração de verbas em grandes veículos que cobram valores extorsivos. E que usam seu tempo e páginas, muitas vezes, para sabotar iniciativas governamentais que são benéficas ao país. Eu, como governo, jamais ajudaria a financiar aqueles que têm como maior objetivo minar minhas ações. Quem deveria recusar anúncios governamentais é essa mídia neo-liberal que acha que o Estado é o culpado de tudo num país. Mas eles não recusam, ao contrário. É fácil pregar um Estado pequeno que interfira pouco na economia de mercado, desde que o dinheiro desse Estado ajude a financiar a atividade privada — em vez de ser usado para estimular o bem social e comum. Isso eu também quero...
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